Na sequência de várias campanhas de promoção dos vossos produtos que, através do método de venda directa, têm sido levadas a cabo com deslocações não-solicitadas “porta-a-porta”, vimos por este meio expor o seguinte:
- Os vossos colaboradores não utilizam identificação visível e imediatamente reconhecível como associada à vossa empresa
- É habitual introduzirem-se dentro dos prédios e patamares, gritando ambiguidades como “Electricidade!”, o que não clarifica desde o início o intuito promocional do apelo
- Pedem frequentemente informações de forma encapotada, utilizando tácticas que parecem visar em especial os cidadãos mais crédulos, entre as quais julgamos serem dignas de atenção da vossa parte:
- Sugerir que pretendem efectuar uma “redução” ou “verificação da factura”
- Solicitar dados pessoais sobre o agregado familiar e hipotéticos consumos energéticos
- Requisitar a visualização de facturas anteriores respeitantes ao serviço de electricidade
- Não clarificar que a aceitação de qualquer uma das alterações sugeridas pressupõe a mudança de contrato e de empresa de comercialização de energia
- Sugerir que pretendem efectuar uma “redução” ou “verificação da factura”
- Ao contrário de outras empresas e entidades que também levam a cabo acções “porta-a-porta”, nenhum dos vossos colaboradores se identifica imediatamente como representando a vossa empresa – prática que só encontra paralelo em acções com propósitos fraudulentos/criminais.
Assim, e considerando que
- esta circunstância se arrasta há anos
- os vossos colaboradores não se têm mostrado cooperantes para alterar este tipo de prática
- o comércio “porta-a-porta” implica grande responsabilidade, pelos riscos e considerações que lhe são inerentes
Vêm os abaixo-assinados solicitar que a vossa empresa dê resposta a esta situação, visto que esta circunstância em nada contribui para o bom-nome da mesma, dá uma imagem de irresponsabilidade social, emula o comportamento habitualmente ligado a associações de pendor questionável e representa riscos vários, nomeadamente para os cidadãos mais vulneráveis.Propomos que seja criado um número de telefone e um endereço de e-mail para onde se possa prontamente denunciar esta actuação e que seja feito um esforço, na vossa empresa, para que os vossos colaboradores compreendam que este tipo de prática não é socialmente, eticamente nem comercialmente aceitável; ou que sejam alteradas as orientações superiores existentes – caso seja daí que derivam estas práticas – que os vossos colabores têm sido incentivados a seguir, porventura por não se poderem dar ao luxo de pôr em causa o seu posto de trabalho.Subscrevem esta carta-aberta os abaixo-assinados, da qual será entregue cópia à Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos e ao Ministério do Ambiente e Transição Energética.”
(fotografia: https://lojaluz.com/fornecedores/iberdrola/opinioes)